.: Notas Mentais :.

Bom, vamos ver se consigo escrever sobre o tal do segundo passeio. Mas já aviso que não sei escrever muito bem sobre meu ponto de vista interno. É muito mais fácil enxergar de dentro para fora do que o contrário. Como você não se vê, precisa emprestar os olhos dos outros, como se fossem espelhos. Aí entra uma questão bem curiosa: e quando você não se enxergar mais nos olhos das pessoas?

É claro que basicamente continuo a mesma pessoa de sempre. Até porque meu cotidiano não mudou, seria contrariar a natureza da inércia. Mas tenho esse objetivo de tornar uma versão melhor do que sou. E várias dúvidas surgem no caminho. O que é algo bom, porque é a dúvida que me movimenta. É péssimo para mim não ser desafiado, sei que todos temos limites. Quero testar os meus, mas quero estar perto das pessoas também. Esse é um ponto muito interessante de escolha. Eu tento nunca ver as escolhas como uma árvore binária, sendo que ou é um caminho, ou é outro. Caminhos alternativos estão sempre a nossa volta. Se deixamos pessoas pelo caminho, ou é porque nos afastamos, ou porque elas se afastaram de nós. Mas será que sou eu que não estou acompanhando e estou ficando para trás? Por que não tentar caminhar junto? Vale ou não a pena?

E o que nos aproxima e o que nos afasta? Nossas afinidades nos aproximam, certo? Nossos objetivos em comum. E o que nos distancia? Nossas diferenças? Eu não gosto de nadar no rio, já o Gac adora. Arvorismo e escalada não é a praia dele, mas adoro. No fim, é bom saber que cada um tem o seu momento. Mas em que momento nossos objetivos nos levam para tão longe que as pessoas que estavam sempre ali do lado não estão mais?

Fiquei pensando... Acho que o que cada um tem de bom a oferecer nos aproxima. Sei que não sou um cara simpático, alegre, extrovertido. Não sei o que tenho de bom a oferecer para cada um. Para Dani, por exemplo? Somos amigos a tanto tempo e é tão bom conversar sobre as coisas que a gente faz que às vezes acho que estou enchendo a paciência dela. Sei que ela não curte ficar repetindo as coisas e eu sou meio lerdo. Bom, tem gente mais lerda que eu que não curto ficar repetindo também...

Sei que tem aqueles que gostam de ajudar os outros. Boi é um cara desses, sempre disposto. Isso me lembra que me afastei de um monte de gente assim, porque no fim das contas as afinidades pesaram para outros lados, por mais que eu achasse que estava tudo bem. E como eu sou de lua também, sei que não ajudo muito.

Bom enrolei, enrolei e passeio mental chamando certo? Como deve ser fácil deduzir eu adoro estar perto da natureza. Estar em trilhas e resorts é conveniente até, apesar de não trazer a total sensação de estar junto da mãe Terra. Tudo é preparado para nos receber no fim das contas. Mas mesmo assim é incrível estar no meio do verde, ter a areia dando espaço sob os pés, o som da água correndo. Queria ver o que tudo aquilo tem a ver comigo.



O que reflete? Vemos nos outros a nossa imagem?

A cidade agora é o ambiente natural do ser humano. Queria fugir um pouco disso, ver se encontro mais vida fora do ambiente urbano. Bom, não posso dizer que esse ano meu trabalho foi monótono, fiz tanta coisa diferente. Mas não gosto que o trabalho invada a minha vida fora dele. Acho que um chato começa a nascer quando ele fica obcecado por alguma coisa. Lembrei da conversa na pizzaria na viagem do bebum que não percebe que começou a ficar alto.

Nossa, estar livre e solto é tão bom. Yogi me disse para libertar das minhas correntes. Ainda não achei a chave, sei que não consigo sozinho e nem sei por onde começar se é que tem um começo. Por que complicamos coisas simples? Lembro do Laguna falando do simples e eu do complicado.

No fim, o passeio abriu algumas perguntas a mais. Sem respostas ainda e perguntas sem respostas estão aí para nos movimentar. Sei que muitas vezes nos perguntamos, lá no fundo, do porquê de algumas coisas. Nem sempre achamos uma resposta satisfatória. Às vezes, um passo dado para trás parece o fim dos tempos. Não sei porque estou escrevendo isso, mas achei que deveria escrever. Acho que no fim, se queremos alcançar nossos objetivos temos que agir e nos perguntar se estamos no caminho certo. Seguir em frente, então.

.: Postar um comentário :.