.: Reprogramando o Cérebro :.

Hoje eu fiz umas buscas sobre a reforma ortográfica da língua portuguesa. Não que eu não tivesse dado uma olhada nisso antes, mas hoje procurei estudar um pouco mais sobre isso. Tipo, ouvi muita gente reclamando. Dizendo que era besteira mudar aquilo que demoramos tanto para aprender na escola, enfim. Mas eu acho que essa reforma é uma oportunidade para se exercitar o cérebro. Talvez isso se compare quando a gente tenta aprender ou esquecer de algum sotaque. Eu, por exemplo, já estou adaptado ao sotaque americano... Se tento falar o inglês britânico fica esquisito. Em português é mais fácil tentar usar o sotaque de outra região, já alterar detalhezinhos da fala do dia-a-dia é mais complicado. Outra coisa boa foi o fato de se acabar com aqueles "C"s e "P"s mudos que a gente vê no português de Portugal. Eu olho aquilo e acho tão feio. Tão feio quanto quando olho a palavra "ecrã". E, infelizmente, o Google Docs ainda teima em sugerir essas letras feias aqui quando eu escrevo meus posts e mando passar o corretor ortográfico.


Bom, além de conhecer as novas regras, espero que eu me acostume com elas naturalmente por osmose. Algumas regrinhas eu já aplico conscientemente, outras fico na dúvida e outras ainda nem me toco. De qualquer forma as duas formas estão valendo até 2012. Hmm... pior que quando a gente lê livros ainda está na forma antiga, pra aprender por osmose só lendo revistas e sites. Ou confiar no taco e ter certeza de quando é o certo.







Echochrome: exercício divertido para quebrar o condicionamento do caminho padrão.




O piloto automático é uma maravilha. Mas acho que todos os pilotos automáticos que a gente desenvolve deveriam ter um prazo de validade, ou pelo menos uma revisão, já que tem coisa que dificilmente muda mesmo, como somar dois em uns, por exemplo. Se trocarem o sinal de mais por um sustenido, acho que o mundo caía, de tão cabeça-dura que são os matemáticos mais fervorosos... Mas isso é mais uma questão de formação de padrão do que um hábito, eu diria. Recondicionar os nossos hábitos é muito importante para o processo criativo. Criar novos hábitos, fazer novas rotas, mudar o visual, trocar os móveis de posição (minha mãe que gosta de fazer isso), tudo isso contribui para dar uma sacudida no piloto automático. Eu faço exercícios de relaxamento à noite, como alongamentos, mas nada muito pesado. Eu aproveito para criar novas posições, tem horas que você enxerga o mundo de um modo completamente diferente (literalmente) e é muito bom. O tempo faz a gente se cansar das mesmas coisas.


Todo esse papo me lembrou de Echochrome, jogo do PSP que adiciona cinco novas leis na física do mundo da perspectiva:


  1. A lei da perspectiva de viagem - quando dois caminhos parecem tocar-se, tocam-se mesmo.

  2. A lei da perspectiva de sobreposição - quando um caminho parece encontrar-se sobre outro, está mesmo.

  3. A lei da perspectiva de existência - quando uma abertura entre dois caminhos não pode ser vista e os caminhos parecem estar unidos, estão mesmo.

  4. A lei da perspectiva de ausência - quando um orifício não se vê, não existe.

  5. A lei da perspectiva de salto - quando o caminhante salta, chega ao chão independentemente do que pareça encontrar-se sob ele.


O que o jogo traz de legal é usar essas leis para abrir novos caminhos, que não existiriam sem elas. Como eu sou meio descordenado, peno um pouco para controlar a tela, já que o bonequinho não pára de andar e nem sempre vai para onde a gente quer... Enfim, ter a mente aberta para espantar o medo do novo e quebrar preconceitos é uma sensação muito boa. Semana passada eu disse para meus colegas que o Firefox é um panda e não uma raposa. Achei incrível como ninguém acreditou na hora, mas o Wikipedia comprovou tudo. Acho muito louco a sensação de sentir seu mundo cair, porque abre uma oportunidade de você reconstruí-lo e enxergá-lo de uma outra forma. E como qualquer oportunidade, cabe a nós mesmos decidir aceitar ou não.

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